Saudações, Plêiade! Saudações, Leitores!
Segue abaixo a continuação da polêmica que enfretamos com a editora Laura Bacellar. Na cor verde, a resposta da editora para mim. Em roxo, a minha resposta a todos os abusos literários do e-mail.
Inicialmente, eu pus o link de meu artigo de defesa na página de recados do orkut de Bacellar, uma vez que orkut é um meio formal para nós escritores/ editores. Entretanto, a autora apagou o recado e nem me respondeu.
Tive que publicar o link como comentário na página de onde o texto original foi retirado: http://www.escrevaseulivro.com.br/escreva/encontre-uma-editora/como-publico-minhas-poesias.html onde o(a) caro (a) leitor (a)/ escritor (a) poderá observar o comentário de defesa escritor por nossa escritora Amanda Vital (A.V.), se aprovado pela moderação, pois não sabemos se o comentário será aprovado. No mesmo link, Bacellar mente dizendo que nosso blog não aceitou um suposto comentário dela. Realmente, comentar no blogspot não é fácil, às vezes, nem eu consigo comentar aqui, mas isto é problema técnico. Ela que se sinta à vontade para falar mal de nosso blog aqui ou no site dela.
Clique nos dois prints
No e-mail que me mandou, Bacellar chega a ofender destrutivamente Ilíada, de Homero e subestimar as editoras prestadoras de serviços. No site, a discussão pega fogo, fomos denominados de "poetas melindrosos", o pior é que eles nem sabem que melindrosos/ melindrados são termos da década de 20, época do modernismo! Na próxima postagem, escreverei sobre esta situação ridícula e ditadorial ocorrida promovida no fórum pelo sr. Sidney Guerra, administrador também do site "Escreva seu Livro".
Reparem o círculo vermelho que fiz em volta da crítica destrutivíssima que Bacellar faz a Homero!
> From: laurabacellar@escrevaseulivro.com.br
> To: rommel_dickens@hotmail.com
> Subject: Re: New comment added. Moderator approval required.
> Date: Tue, 12 Jan 2010 19:56:03 -0200
>
> eis meu comentário sobre seu post, muchacho.
>
> Caros,
> eu não sou uma pesquisadora nem crítica literária, mas uma editora de
> livros. Desde 1983, aliás. E a ideia do meu site não é dizer a ninguém o que
> fazer, mas sim auxiliar os que desejam a encontrar editoras que os
> publiquem. De verdade, não prestadores de serviço pelos quais tenham que
> pagar. Notem que a ignorância é tanta que aqui mesmo o etcoelhoh presume que
> seja necessário pagar para ser publicado... Leia meu site, amigo.
> Quanto às alegações de que não exerço minha profissão com competência ou
> amor, não vou me dar ao trabalho de responder. Envolver-se com livros por
> mais de 25 anos será pelo quê?
> Convido os poetas desse site a pensarem no que disse um colega muito mais
> mais ilustre do que eu, T. S. Elliot, que foi editor e poeta. Segundo ele,
> os poetas são preguiçosos porque não encaram os temas importantes de suas
> épocas.
> hehehe, eu acrescento: se escrever poesia fosse fugir da sordidez e da
> violência, como ficaria Homero com as Ilíadas?
> um abraço,
> Laura Bacellar
Caríssima Bacellar!
Para quem este e-mail é direcionado? A senhorita pôs "caros" e também muchacho, a quem é isto? A mim ou aos outros? Fico lisonjeado que tenha respondido meu e-mail, pensei que tivesse recuado após apagar meu recado no orkut. Se não é crítica literária, por que tece opiniões sobre literatua, opiniões até repressoras? Se seu site serve para orientar autores, por que insere diretrizes destrutivas e até não-literárias? Se é editora, deveria tentar fazer negócio comigo, pretendo publicar meu livro, pena que a senhorita não gosta de poesia...
Em nenhum momento, ignoramos ou desprezamos as prestadoras de serviço editorial, aliás, será através de uma excelente prestadora de serviços que conheço há um bom tempo que publicarei meu livro. Quem fez isto foi a senhorita ao escrever que os poetas podem ser felizes publicando livros de prestadoras de serviços e distribuindo para familiares e amigos apenas. Sinceramente, não julga que seu texto é ofensivo às editoras prestadoras de serviços? Temos o raciocínio: os poetas que escrevem com temáticas clássicas são considerados ruins pela senhorita e eles, por serem ruins, devem apenas ir para prestadoras de serviço, sendo assim, é como se os poetas piores estivessem nas mãos das editoras que prestam serviços, portanto, é como se elas fossem as piores! A senhorita é quem as insulta, nós não a ignoramos.
Eu descobri o artigo navegando pelo site que considerei tão ótimo que hospedei nos "meus favoritos", li sobre sua trajetória editorial. Não a considero péssima, porém seu texto é corrosivo, corrói as editoras, os poetas e também a senhorita. É a impressão que temos, do mesmo modo, que existe a impressão que uma produtora editorial possui acerca de autores que escrevem com inspiração na literatura clássica. Porém não ofendemos a pluralidade literária. Sabemos que a cara amiga é uma boa profissional e que fez tudo por amor à profissão, porém escorrega feio com textos como este.
Realmente, os poetas poderiam cuidar da literatura, valorizando o passado e planejando o futuro. A escrita pode ser um misto entre os dois. O escritor deve observar criticamente o seu mundo e aproveitar o que é útil, o que não significa secularizar a poesia, banalizá-la. O caráter eternizador da lira está presente nestes três versos de Shakespeare na tradução de Bárbara Heliodora, uma grande teoria literária:
"When in eternal lines to time thou grow'st,
So long as men can breathe or eyes can see,
So long lives this, and this gives life to thee"
"Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver."
A senhorita não sabe distinguir eu-lírico de escritor, discrimina os poetas e ainda só consegue ver sordidez e violência numa grande obra da humanidade, isto comprova o preconceito que possui. Julgar Homero um escritor baixo e pior (!) sem apresentar nada e ignorando o contexto histórico e as influências para o hoje. O resto já pus no blog. As críticas são sempre aos textos e não às pessoas. Estou aberto a conversas. Desculpe-me se sentiu ofendida.
Post-scriptum: *muchacho: prefiro o termo efebo, não julgo que eu tenha um ar hispânico, julgo que tenho um lado grego sutil.
Rommel Werneck
http://www.poesiaretro.blogspot.com/
7 comentários:
Blog contestador fechado para amiguinhos? Gênios poeteiros? :o
Nós não somos melhores do que ninguém aqui. Rommel fez uma defesa para mostrar seu ponto de vista, assim com a autora fez. Muitos dos "novos poetas" se sentiram ameaçados com esse texto da Laura, eu aposto! Eu sei que eu sou nova, tenho só 14 anos para dizer, e também confesso que minhas poesias não são dessas super fantásticas que vocês chamam de "poesias originais"... Todo mundo tem um escritor que te inspira! Não chamo isso de copiar o estilo, mas sim de escrever algo baseando-se na idéia de outro que já escreveu. Mas enfim, fugi um pouco do eixo aqui. Só queria deixar claro aqui que nós não somos desse tipo de "mimadinhos, que não aceitam nada menos do que falsos elogios". Muito pelo contrário: são as críticas que fazem o poeta crescer. Abç.
Vejam meu comentário no print acima que Rommel inseriu (está bem especificado em que print é) ou leiam na íntegra no site de Bacellar, caso ela permita obviamente!
Todos têm o direito de contestar o que acham errado, foi o que Rommel fez. Não vou assumir lados, porque, de qualquer forma, não li Homero (rs). Tenho para mim que toda discussão deve ser crítica e não ofensiva, principalmente a literária, pois só assim pode gerar bons frutos.
Bem...a ssunto não é bem dominado por mim. No dia a dia leio poouca poesia. Percebi que a Baceelar ta mais voltada para o ganho no mercado literário. Coisa do ter e isto não faz bem a quem ama a literatura. Aos escritores de verdade e idealistas. Homero não teria escrito Íliada se fosse um Paulo Coelho da vida (como do devido respeito a pessao do escritor). Literatura é arte, é idealismo. É paixão. Esta, não visa lucros, fama. Se chegar é bem vinda...mas o prazer de criar...de ter feito o obra de arte a língua é o objetivo maior. E nada mais próximo da arte do que a poesia. Ela é a flor que perfumada desabrocha na literatura coroando a prosa, o conto e outros gêneros literários.
Sra Bacellar tem certeza que é Deus e seu mundo é restrito de palavras vendáveis.
Há muito "mais do mesmo" sim, ao passo que desestimular com calúnias aqueles que se empenham e que acima de tudo, demonstram o dom do fazer literário, é amputar a essência da sua posição enquanto editora.
Há um ponto que tenho que comentar nesse episódio. A senhora Bacellar tem razão quando diz que a editora não é obrigada a publicar aquilo no que ela acredita não ser rentável. O papel do editor, historicamente, sempre foi o de lucrar com as obras intelectuais. Hoje as editoras são empresas ligadas ao risco do negócio que correm a seu discernimento. O ponto que acho que mereça crítica no discurso é o ponto de que o clássico não vale o risco, pois creio que é uma das formas mais belas de poesia. Falar de violência e fome e usar a poesia crítica tem fundamento e fazemos isso às vezes, porém não há mal nenhum também em presar o belo e o amor. Critico, pois, a falta de interesse das editoras em arriscar um pouco com a parcela de escritores ligados a ramos diferentes do que se é de costume publicar, como nós da poesia retrô ou meus amigos ligados ao fantástico, fora do circuito vampiresco crepuscular, e ao terror.
Pra vcs verem, em nenhum momento critico o hábito de pagar para publicar, mas Bacellar e Guerra insistem em me criticar pondo palavras em meus textos. Será por uma bela empresa que publicarei "Lua Lacrimosa" Além do mais, eles escrevem mal, não possuem nem mesmo boa educação. Somos chamados até de "poeteiros"! Imaginem se eu inventasse apelidos pra eles, seria grotesco e mal-educado, não faria isto...
Abraços.
Não vejo esta maneira radical de encarar o ponto de vista da senhora Bacellar. Ela como editora baseia-se em sua vivência na tendência de mercado poético atual. Não podemos negar as aquisições que o Modernismo muniu à poesia brasileira, como de igual forma seria estranho esquecer todo patrimônio que a poesia clássica nos trouxe. Mesmo sendo contra “prints”, li a tal acusação contra Homero. O que observei da leitura em seu contexto, coaduna perfeitamente com a Teoria Literária. O que a senhora Bacellar disse é que a poesia não é feita somente de beleza. As obras de Homero, debalde o caráter mítico, revelam mesmo na epiderme, a característica de aspectos trágicos, enfrentando proporcionalmente as realidades de seu tempo.
Não posso concordar, mesmo como membro pouco participativo do aprazível Poesia Retrô, com um julgamento de réu ausente. Para tratarmos da complexidade dos fatores culturais que modelam o mercado livreiro de poesia, teríamos de obter mediante um estudo mais aprofundando sociologicamente, todo o processo de como a massa consumidora de poesia feita atualmente, encara a questão.
Particularmente, gosto de poesia clássica e também poesia moderna e pós-moderna. É possível fazermos poesia moderna com recursos dos antigos poetas, a bem da lembrança, quase todos os grandes poetas fizeram sonetos, até mesmo os concretistas. O que vale de fato para a verdadeira obra artística, para sua marca incontestável, é seu nível de novidade e surpresa, até mesmo de causar rubor em uma época. O poeta dificilmente chega à universalidade, onde a confluência de seu mundo particular se expande de tal modo que sua voz sintetiza a voz de todos os outros seres.
O que poderemos intuir, é que independente do rótulo da cultura estética de uma época, o sentido de novo permanece mediante a capacidade de uma voz que se ergue da multidão – uma vez que nenhuma ideia em poesia é realmente nova. Voz além da casca das palavras, espreitando o porquê determinada poesia nunca ter sido escrita antes, tal sua necessidade. Alexandre Tambelli aclarou-nos acerca do sentimento como verdade de experiência contemplativa de leitura, mas há de ser lembrada toda a gama de visão de mundo de nosso século XXI, que inclui uma modificação da espécie lírica passada.
Pratico poesias de variados matizes, recaindo nas formas clássicas o meu gosto particular. E vejo com necessário que as novas gerações não percam o contato de como construir poesias clássicas, para melhor leitura das mesmas. Contudo, não deixo de ficar maravilhado com um poema bem construído, independente da escola de origem. No nível da fruição simples, uma leitura em que isolo os entraves, é semelhante o apreciar vários gêneros de música. Por conseguinte, acredito que semelhante postura possa desenvolver no íntimo da leitura, novas tangências de pensamento e desenvolvimento de percepção melhorada.
Sei que a poesia é um modo finamente elaborado de vestir a ideia com a roupagem da matéria. Devido à plurissignificação dos signos motivação complexa de um autor, qualquer leitura pode ser impedida por níveis de preconceito, muitas vezes modeladores de gosto. Sou do pensamento bem Manuel Bandeira, que na sua vida foi capaz de escrever sonetos alexandrinos de tons simbolistas, ao passo que também escreveu poesia concreta, em sua vertigem por experimentar Poesia.
Respeitosamente,
Vitor de Silva
Postar um comentário