Sinto saudades de mim
Do silêncio, dos vazios,
Dos papéis tão alvadios,
Sem uns versos, nada enfim!
É triste viver assim...
Da solidão sinto falta,
Para escrever uma pauta
Externar meus sentimentos,
Ter para mim uns momentos...
A balbúrdia me maltrata!
Saudades de mim eu sinto,
Quando me perco no espaço,
Sem a poesia, seu abraço,
Aconchegante e faminto...
E só tristeza eu pressinto!
Brota no peito a poesia,
Prenhe de tanta estesia
Morre silente, engasgada,
E eu, triste, sem dizer nada,
Também morro a cada dia...
Saudade que me consome,
Da solidão eu careço,
Nada a compra, não tem preço,
De poesia eu tenho fome,
Sem nada que em mim a dome...
Eu sinto no peito um nó!
Careço ficar bem só
Pra gestar meus pobres versos,
Sonetos dos mais diversos,
Antes que se tornem pó!
Se o poeta é um fingidor,
Isso pra mim nem me importa...
pois meu ser não mais comporta,
Versos que quero compor...
Sair do imenso torpor
Que minh’alma silencia,
Tornando-a triste e arredia,
sufocando a minha lira,
Tudo, tudo que me inspira,
E a minha pobre poesia!
Silêncio! Oh! Meus senhores!
Agonizam os meus versos,
Poemas dos mais diversos,
Sem carinhos e sem flores,
Como todos os amores
Soterrados sempre em mim....
Respeitem seu triste fim,
Basta apenas um segundo
Que reviverão, assim
Como nas chuvas, as flores!
Edir
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