Por minh'alma sempre perdida
Prometo, agonizante, escrever:
''Sou a que não merece a vida,
Sou aquela que deve morrer...''
Sou aquela que merece
O desprezo de um coração bruto
A quem não se erguerá uma prece
Quando a fronte se cobrir de luto.
Por minha voz que proclama desolação
Prometo, se me inspirar a sorte
Encontrar (um dia) uma razão
Pra não mais cantar a Morte.
Pra não mais cantar as trevas
De minha Via Dolorosa
Permanecer dura como as pedras,
Esquecer a poesia lacrimosa.
Por tudo que o espírito me exalta
Prometo jamais esquecer
Que com a paixão cometi falta
E portanto mereço morrer.
Mereço morrer - E me despeço agora
Sou apenas quem pela Arte enlouqueceu
O martírio que a todo artista devora,
Não é dom, é castigo meu!
Um comentário:
Não resta muito mais o que comentar além do que já disse no recanto. Muito bom, e devidamente apreciado! ;)
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