Não vês? Desfez-se a última quimera!
Nada restou dos sonhos coloridos,Agora todos mortos, destruídos,
Jazem no chão, depois de tanta espera!
A vida, sempre vil, tudo adultera,
Tornando-nos amargos, sós, feridos...
Seguimos, pela dor, embrutecidos,
E dentro em nós habita a besta fera!
Por que sonhar se os sonhos morrem todos?
Se deles não nos restam nem carcaça
E todos se desfazem qual fumaça?
Amigos ou amores são engodos,
Hão de morrer também nos podres lodos...
Somente a morte amiga nos abraça!
3 comentários:
Uma obra prima! Sombrio, romântico, impressionista...lembrou Augusto dos Anjos...
Hilton, este soneto atendeu a um desafio posto no Fórum do Recanto das Letras: escrever um poema com o "ethos" de Augusto dos Anjos. Bjs, Edir
Estou planejando lançar uma roleta russa diferente no dia 1º. Esse lance de tentar absorver o "ethos" de um escritor pode ser tema da outra Roleta, não essa agora... Que vcs acham?
Postar um comentário