
No solo em folhas secas, outonal,
Há rastros dos amores que hei vivido,
E d’outros que pensei houvera tido,
Num mundo que era etéreo e surreal.
E aqui cheguei ao ponto meu final,
Mas nada foi em vão ou foi perdido,
E não me importa quanto hei sofrido,
Pois tudo isso é vida e é normal!
Pisei as flores rubras da paixão,
Dos sonhos tons lilases das hortências,
Sonhei, amei, sofri, enfim, vivi.
Se hoje colho os frutos da estação,
As folhas mortas dessas mil querências,
Eu tudo tive e nada eu perdi.
2 comentários:
Que belo soneto. Gostei, assim como praticamente todos que li por aqui.
Ao ver este retrato de Rembrandt não imaginei este conteúdo, mas gosto. Sou um enamorado dos sonetos. Poesia breve e directa cuja rima por vezes é difícil de lograr, mas atrai-me e muito. Lindos versos!
Um grande abraço
Postar um comentário