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Se um dia tu me amaste, como hei suposto,
Hás de sentir saudades dos tempos d’outrora,
Daquelas que, teimosas, moram em nosso rosto,
Que mesmo que se queira não se vão embora...
Mesmo depois do inverno, da mais fria aurora,
Hás de pensar em mim com muita paz e gosto,
Assim do mesmo jeito que t’alembro agora,
Por trás das brumas tristes deste mês d’agosto...
Se acaso o que supus tem algo de verdade,
Hás de sentir também a dor que m’excrucia,
E sem pedir licença sempre assim m’invade...
Se como hei suposto tu me amaste um dia,
Hás de sentir no imo tanta paz, saudade,
Um não sei quê... Tristeza... Pura nostalgia...
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