
Minh’alma é triste feito o mês d’agosto,
De céu pesado e todo esfumaçado,
E o chão cinzento, todo calcinado,
O rio seco, com seu leito exposto...
É triste, como é o meu cerrado,
Trincado, como a pele do meu rosto,
Tamanha a dor o fogo lhe tem posto,
Deixando-o desse jeito ressecado.
E triste é minh’alma, por suposto,
Por tudo que a vida tem me imposto,
Essa agonia dessa dor sem fim...
Que a chuva há de vir é um pressuposto,
Para lavar minh’alma e esse desgosto...
Mas ora tenho o agosto dentro em mim!
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