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Tardes langorosas
Tardes tristonhas, frias, langorosas,
Sem lume, sem fulgor de girassóis
Sem irisados céus dos arrebóis,
E prenhes de saudades lacrimosas!
Silentes tardes minhas, merencórias,
De atra solidão que me calcina...
Que assim me invade e fere, me domina,
Tornando a minha vida e alma inglórias!
Quisera eu poder vos transformar!
Conter o vosso triste lacrimar,
Tirar o véu das horas tão brumosas...
Ah! Langorosas tardes nebulosas!
Tristes! Ermas! Voraces, desditosas...
Quisera ver o sol beijando o mar.
3 comentários:
Lindo, com o estilo inconfundível que lhe banha! Parabéns, Edir.
Confesso-te que este aqui e o "Quisera" são os meus preferidos, que maestria!
Eu gosto muito do soneto do I E-book de Poesia Retrô "Ide, jovens, co'as sementes" e também de "Há uma sombra que pela noite vaga". O soneto "Poesia" que lembra Alceu Wamosy também é deveras belo
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