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Oh! Pobre sombra minha que me segue!
Será que não te cansas, não, de mim?
Seguir-me-ás, ó, sombra, até meu fim,
Até que a morte um dia a mim me albergue...
Oh! Sombra!Que me segue pela estrada,
Vassala de meu corpo já cansado...
Não cansas de seguir sempre ao meu lado,
Até na tênue luz da madrugada?
Segues silente! És boa vizinha!
Também não sei sequer se tu me queres,
Se gostas de viver na minha esteira...
Não queres meu lugar, ó, sombra minha?
E assim irias aonde tu quiseres
seguir-te-ia eu, a prisioneira...
3 comentários:
Lindo! Que lindo. Manteve a sombra ao longo do texto sem ser repetitivo.
Uma verdadeira obra! Tenho um soneto que lembra este chama-se "Sombra Insepáravel".
Esse belíssimo soneto expressa a principal característica da poesia neo-romântica: o enclausuramento da subjetividade. Antes (para os românticos) o paradigma da verdade, hoje, diante da crise do "eu", o obstáculo intransponível do poeta.
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