Pintura de Paul Gauguin
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Eu pude conhecer Pasárgada perfeita,
doce terra sonhosa onde eu podia tudo.
Diante de quanto o bem ainda mais se enfeita
lá, sempre algum desastre é menos do que miúdo.
Lá mal não pode haver, não existe maleita
que não seja expurgada a um só sorriso mudo.
Parece que pra mim, pra me acolher, foi feita –
mas distante! E alcançá-la é sonho – mas me iludo.
Quero o doce país, esse país de vento;
porém, triste, eu estou da feliz busca isento:
não posso fazer mais, eu já fiz quanto pude.
Ah! lá tão grande parte está dos bens que viso!
Quero tanto essa terra, o meu bom paraíso!
Mas não posso alcançar a sua completude.
Filipe Cavalcante
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