Vês? Sou agora um pássaro que voa!
De teu sarcasmo torpe estou liberta,
Não tenho mais aquela vida incerta,
Tua perfídia já não me magoa!
Vês? De ti a minha vida está deserta,
E agora vivo bem, sorrindo à toa,
E dentro em mim teu nome não ecoa,
A tua voz mais nada em mim desperta!
Mas hoje vens aqui! Quanta ironia!
E choras teus sofreres e agonia...
E te humilhas! Dizes que me amas!
Não vês que nada sinto com teus dramas?
Que cinza não restou das velhas chamas?
Não tens pudor nenhum, nem galhardia!
Um comentário:
Ela me faz lembrar Florbela Espanca. É de maravilhar a fecundidade do estro de Edir de Barros.
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