Grandes guerreiros da nação dos Tremembés,
filhos da mata que viveis pelo sertão,
irmãos dos bichos desta terra, homens temidos pela guerra,
que sempre, livres, habitastes este chão.
Eis que ressoa em toda tribo, e bem sabeis
dos homens brancos que vieram-nos de lá
do mar. Notando a cor ali, pensamos virem de Jaci,
porém batalham pela parte de Anhangá.
Mandu me chamo, sou guerreiro Cariri.
Ainda novo, curumim, eu fui levado
pra viver entre a estranha gente, e me quiseram fazer crente
na fé na qual por seus pajés fui ensinado.
Pregam amor na sua crença, mas só levam
o desespero ao sertão todo aonde passam.
Por muito tempo fui servindo os homens que iam destruindo
tabas e tribos. Glória não, só ouro caçam.
O arco guerreiro que despede flechas firmes,
flechas em cujas pontas antes ia a morte,
não pode agora mais vencer, esse inimigo mais conter,
que tem um raio contra nós muito mais forte.
Eu vi tacapes que já foram tão temidos,
que já guiaram à vitória em tanta guerra,
serem partidos nessa luta. Esses que a morte não enluta
não seguem leis, e matam só pra ter a terra.
Grande nação dos Tremembés, ouvi-me, pois!
Vislumbro ainda uma esperança no amanhã.
Se nos unirmos todos nós da larga costa, os Manitós
todos conosco vão, e guiando vai Tupã!
Filipe Cavalcante
16.04.2010
2 comentários:
Este é um tema praticamente abandonado hoje em dia. Poema composto com muito esmero, parabéns.
Com certeza! Um tema extremamente belo, está mais do que na hora de redescobrirmios o Brasil!
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