Saudações, Plêiade!
Venho hoje inaugurar uma nova coluna do blog: Retrô News. Consiste na publicação e comentário de notícias e ensaios sobre literatura. Quem quiser nos mandar informações basta mandar para: principedark_alvaresdeazevedo@yahoo.com.br
Primeiramente, segue o texto que encontrei, depois a bibliografia e o comentário detalhado citando o texto em questão.
"Autora" quer que poetas não "copiem" clássicos porque o povo prefere os "originais".
COMO PUBLICO MINHAS POESIAS?
Laura Bacellar
Recebo muitas críticas a respeito de minha posição sobre poesia. Fico firme nela, achando que nenhum editor pode ser obrigado a ter prejuízo (veja COMO ENCONTRAR UMA EDITORA) só porque há um sem número de poetas desejando um modo de se expressar em público. Ainda assim, apresento a seguir algumas idéias sobre como aumentar a sua chance de divulgar seus textos poéticos.
Poesia costuma ser recusada não só porque não vende, mas também devido à postura dos poetas. Vou comentar o que acho mais problemático.
Muitos escritores talentosos, por exemplo, gastam sua imaginação imitando o estilo de grandes mestres.
Não faça isso!
Nada impede o leitor de comprar os poemas originais de Fernando Pessoa ou Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade ou Florbela Espanca. Os livros desses poetas existem na praça, costumam ser reeditados e apreciados. Imitar o estilo deles é pedir para ser ignorado, porque a maioria das pessoas prefere o original a uma cópia posterior.
Minha sugestão portanto é que você crie um estilo todo seu, parecido com o de ninguém, e insista nele. Diferencial é importantíssimo nessa era de excesso de publicações.
Outra besteira constante, na minha opinião, é poetas recorrerem a temáticas do século XIX, como amor ligado à dor, musas em flor, campos (também em flor!) e outros temas que foram favoritos de românticos tanto tempo atrás.
Por que poesia precisa remeter a um passado distante e bucólico?
Encontre lirismo, beleza, interesse para os sentidos no que existe hoje, no século XXI. Se você escolher assuntos que jamais foram alvo de considerações pelos poetas famosos, como talvez seqüestros ou personagens da Casa dos Artistas ou a televisão ou festas infantis em bufês, aumenta muito sua chance de interessar um editor comercial. Poesia afinal foi criada para nos fazer olhar de modo diferente para o que está em volta, não é mesmo?
Quando produzir uma obra, aliás, minha sugestão é que crie um tema condutor que possa atrair a atenção do leitor. Poesias sobre tudo são o mesmo que poesia sobre nada. Escolha explorar vários ângulos -- interessantes, fascinantes, originais, que ninguém tenha feito antes! -- de um mesmo tipo de assunto. Os bufês infantis de meu exemplo anterior podem ser temas áridos, mas talvez não a infância consumista, por exemplo.
Muitos poetas insistem ainda -- de modo nervoso, irritado -- em querer ser publicados por editoras comerciais quando falam apenas de si mesmos, de suas vidas, sem que nada de muito diferente tenham feito. Ora, sua vida interessa a quem conhece você, quem gosta de você. Se você escreveu algo sem chance de poder encantar a um norueguês daqui a cinqüenta anos, sugiro que parta para a publicação por conta própria.
Divirta-se fazendo uma noite de autógrafos entre seus amigos e parentes, faça o livro que você deseja sem a pretensão de comercializá-lo. Espalhe entre os seus conhecidos um pouco do que você sente, sem desejar o envolvimento da indústria livreira.
Sugiro também que considere outras formas de publicação. Não conheço o funcionamento de veículos como cartões postais, cadernos e agendas, mas tenho visto nesses meios, assim como nas músicas, um canal para a expressão de muitos poetas. Caberia pesquisar como estes meios processam a seleção de seus materiais e talvez apresentar-lhes sua obra.
Vejo a música, hoje, como o canal mais poderoso de divulgação da poesia, não os livros. Portanto, quem deseja fazer fama e fortuna com letras tem muito mais possibilidades de encontrar aí, e não no mercado de livros, um canal possível para a sua arte e lirismo.
Boa sorte!
BIBLIOGRAFIA:
BACELLAR, Laura. Como publico minhas poesias? Disponível em: http://www.escrevaseulivro.com.br/escreva/encontre-uma-editora/como-publico-minhas-poesias.html Acesso em: 03.01.2009 14h38
O texto acima foi encontrado no portal "Escreva seu livro", um site interessante que auxilia o escritor que quer publicar um livro. Entretanto, deparei-me com este texto de mau gosto que comentarei para defender não só a poesia de sempre como o conceito de pluriliterariedade. Comentarei em partes, sendo que os trechos em verde são de Bacellar e os roxos meus.
"Recebo muitas críticas a respeito de minha posição sobre poesia. Fico firme nela, achando que nenhum editor pode ser obrigado a ter prejuízo (veja COMO ENCONTRAR UMA EDITORA) só porque há um sem número de poetas desejando um modo de se expressar em público. Ainda assim, apresento a seguir algumas idéias sobre como aumentar a sua chance de divulgar seus textos poéticos."
A autora alega que os editores não são obrigados a ter prejuízos. Obviamente, todos nós sabemos que poesia é o que menos vende, mas o escritor que intercalar com prosa na sua trajetória literária terá um reconhecimento melhor. Não é apresentada nenhuma ideia e sim imposta uma.
"Poesia costuma ser recusada não só porque não vende, mas também devido à postura dos poetas. Vou comentar o que acho mais problemático.
Muitos escritores talentosos, por exemplo, gastam sua imaginação imitando o estilo de grandes mestres.
Não faça isso!
Nada impede o leitor de comprar os poemas originais de Fernando Pessoa ou Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade ou Florbela Espanca. Os livros desses poetas existem na praça, costumam ser reeditados e apreciados. Imitar o estilo deles é pedir para ser ignorado, porque a maioria das pessoas prefere o original a uma cópia posterior."
Copiar obras e pôr o próprio nome é crime, chama-se plágio, dá cadeia. Quando a escritora diz que "imitar o estilo" é pedir para ser ignorado, penso naquilo que conversei com Nilza Azzi e já expus aqui: o tratamento que os clássicos recebem. Não podemos ver os clássicos como ídolos a serem eternsmente contemplados, reeditados e comercializados, isto seria cair numa banalidade! Por outro lado, há os que julgam os clássicos ultrapassados. A melhor forma de compreender os autores consagrados é buscar sentido em sua obra no hoje e receber suas influências importantíssimas mesmo que isto desagrade modernistas como Bacellar. É importante que os consagrados vivam ainda hoje e tenham discípulos. A maioria das pessoas nem sabem quem é Florbela Espanca ou quaisquer outros citados, culpa do mau ensino da literatura e da péssima visão que estudiosos coomo Bacellar possuem. Além do mais, ao dizer que imitar autores é um pecado é como se estivesse criticando as escritoras que citou, pois Florbela retomou o mal-do-século e o soneto e Cecília recuperou a lírica vaga e musical como os simbolistas faziam.
"Minha sugestão portanto é que você crie um estilo todo seu, parecido com o de ninguém, e insista nele. Diferencial é importantíssimo nessa era de excesso de publicações.
Outra besteira constante, na minha opinião, é poetas recorrerem a temáticas do século XIX, como amor ligado à dor, musas em flor, campos (também em flor!) e outros temas que foram favoritos de românticos tanto tempo atrás.
Por que poesia precisa remeter a um passado distante e bucólico?"
No trecho acima, Bacellar sugere que os escritores ignorem as influências, maior riqueza literária! Se ela julga "besteira" as temáticas do século XIX, entonces ela deve julgar besteira todas os poetas daquela época
e também os sentimerntos de hoje, uma vez que há temas universais e atemporais. Não há como criar um estilo só nosso! Diferencial? Ora, se Bacellar critica quem escreve poesia, ela critica Remeter o passado é um direito de qualquer escritor e deve ser respeitado. Do que a poesia é feita? É lirismo, é lembrança, sentimento etc. Há necessidade de que a poesia não seja prática e objetiva, estamos diante de um texto literário e não de um texto meramente informativo.
"Encontre lirismo, beleza, interesse para os sentidos no que existe hoje, no século XXI. Se você escolher assuntos que jamais foram alvo de considerações pelos poetas famosos, como talvez seqüestros ou personagens da Casa dos Artistas ou a televisão ou festas infantis em bufês, aumenta muito sua chance de interessar um editor comercial. Poesia afinal foi criada para nos fazer olhar de modo diferente para o que está em volta, não é mesmo?"
Como encontrar lirismo se justamente é do lirismo que a pesquisadora quer que nos dispemos? Interesse para o século XXI? há temas que são universais e atemporais como eu já disse e que são rejeitados por Bacellar. A poesia não precisa se secularizar só porque uma crítica literária prefere assistir TV. Que a autora queime os clássicos, eu até compreendo, afinal, é assim que agem os pseudo-escritores. Mas dizer para escrever sobre Casa dos Artistas e outros lixos nada líricos é um ataque ao bom senso e ao bom gosto. Também é relevante ressaltar que contar uma história de sequestro diz respeito ao gênero narrativo e não ao lírico o que demonstra uma falta de domínio do tema por parte da autora da qual constata-se de que ela mesma não consegue ver motivos de lirismo no século XXI. Se poesia foi feita para olhar de modo diferente, por que não aceitar o arcaísmo? O texto se contradiz e ainda traz marcas de preconceito. Os comentários dos leitores que apoiam a autora são terrivelmente destrutivos.
"Quando produzir uma obra, aliás, minha sugestão é que crie um tema condutor que possa atrair a atenção do leitor. Poesias sobre tudo são o mesmo que poesia sobre nada. Escolha explorar vários ângulos -- interessantes, fascinantes, originais, que ninguém tenha feito antes! -- de um mesmo tipo de assunto. Os bufês infantis de meu exemplo anterior podem ser temas áridos, mas talvez não a infância consumista, por exemplo."
Oras, se um escritor deve escrever apenas sobre um tema, ele que escreva, mas isto ser um dogma é muito ruim. Tivemos escritores que escreveram apenas poesia sacra, por exemplo e foram ótimos poetas. Nunca devemos nos esquecer do baiano Gregório de Mattos que desenvolveu várias vertentes, será que ele escreveu sobre nada? Com certeza, não! Ter várias áreas não foi e nem nuncas será errado. Bufês infantis? Que coisa que esta escritora tem por bufês, por que ao invés de atacar os poetas, ela não cuida da festa de publicação dos livros dos escritores?
"Muitos poetas insistem ainda -- de modo nervoso, irritado -- em querer ser publicados por editoras comerciais quando falam apenas de si mesmos, de suas vidas, sem que nada de muito diferente tenham feito. Ora, sua vida interessa a quem conhece você, quem gosta de você. Se você escreveu algo sem chance de poder encantar a um norueguês daqui a cinqüenta anos, sugiro que parta para a publicação por conta própria.
Divirta-se fazendo uma noite de autógrafos entre seus amigos e parentes, faça o livro que você deseja sem a pretensão de comercializá-lo. Espalhe entre os seus conhecidos um pouco do que você sente, sem desejar o envolvimento da indústria livreira."
Os escritores que escrevem sobre suas próprias vidas escrevem autobiografias e não poesias. São tipos diferentes de textos. Bacellar também não sabe distinguir autor e eu-lírico. O eu-lírico é a voz que canta na poesia a dor. Vou explicar isto da melhor forma possível: citando um modernista. "O poeta é um fingidor" (Fernando Pessoa). Quando lemos um soneto sobre dor não quer dizer que o poeta esteja sofrendo. Muitos escritores não agradaram à sua época, mas agradam hoje cfomo ocorreu com Florbela Espanca, citada por Bacellar. O escritor não pode se sentir feliz apenas numa noite de autógrafos, é ridículo e discriminador esta parte do texto, a autora ordena que os verdadeiros poetas devem ficar no anonimato e felizes não pelos escritos, mas sim pela festa, realmente, o texto parece mais uma propaganda de bufê do que de crítica literária. Muitas bandas de rock se originaram assim, são as conhecidas bandas de garagem e o mesmo efeito ocorreu com orquestras e corais que eram de uso exclusivo de igrejas e escolas.
"Sugiro também que considere outras formas de publicação. Não conheço o funcionamento de veículos como cartões postais, cadernos e agendas, mas tenho visto nesses meios, assim como nas músicas, um canal para a expressão de muitos poetas. Caberia pesquisar como estes meios processam a seleção de seus materiais e talvez apresentar-lhes sua obra.
Vejo a música, hoje, como o canal mais poderoso de divulgação da poesia, não os livros. Portanto, quem deseja fazer fama e fortuna com letras tem muito mais possibilidades de encontrar aí, e não no mercado de livros, um canal possível para a sua arte e lirismo.
Boa sorte!"
A música realmente é uma área para os literatos atuarem, entretanto, já imagino quais são as músicas a que Bacellar se refere. Eis, caros leitores e cara plêiade, um texto que não tem a pretensão de auxiliar o poeta a publicar profissionalmente sim um texto que discrimina os poetas e ofende à poesia retrô. Precisamos vender, mas há de se enjcontrar uma forma de escrever e vender com dignidade. Que esta autora e tantos outros se inspirem em Safo, Cruz e souza, Florbela Espanca, Bilac, Francisca Júlia, Camões etc
Rommel Werneck
23 comentários:
Eu estou de pleno acordo com os comentários do Rommeel. A poesia é atemporal e o belo nela é esta sempre atual trazendo o romantismo que temo dentro de nós. Não que ficar preso aos interesses do modismo mas a beleza poética.
É por causa de maus profissionais que muitas pessoas legais param de produzir, muitas coisas interessantes param de surgir, muita gente dá ouvidos para mensagens decadentes e muito se perde com tais posturas.
Bacellar errou feio com esse texto, ela não tem a mínima noção das possibilidades artísticas da literatura e fico triste por saber que tem gente que acabaria por confiar nas tolices que ela disse em série. Ela foi preconceituosa, jogou no lixo séculos de cultura, desencorajou os novos autores, limitou o potencial criativo dos novos autores, ela não nota a diferença entre autor e eu-lírico e pisou completamente na arte literária. Como estudiosa ela provou que ainda tem muito a aprender pois não compreende certas questões básicas na literatura, talvez falte-lhe amor pela literatura, só posso notar esses defeitos em série como uma afirmação subjetiva de que ela não ama o que faz, provavelmente não conseguiu uma profissão melhor para si e tem sérias frustrações como profissional e talvez como pessoa.
Pelo jeito deseja que façamos nós mesmos o trabalho do editor, cheguemos com tudo mastigado, apesar de sermos nós a pagar pelo que vier a ser editado. Deve ter recebido uma missão difícil de seus chefes e agora cobra de nós, escritores, que façamos o que ela mesma não sabe fazer.
Pelo jeito serei a voz dissonante: embora não 'assine embaixo' de tudo que diz Bacellar, concordo com alguns dos pontos levantados, principalmente no que se refere ao uso de linguagem e temática contemporâneas. Mas trata-se, evidentemente, de questão de estilo e gosto pessoais.
Rommel, muito esclarecedor, amigo! Se sou poeta estilo "eu-lirico", não tenho como escrever algo que não saia de dentro do que EU sinto. Se me leem ou gostem ou não, já não é de meu controle. Conheço pessoas que babam numa poesia simples; outras acham que ser poeta é não ter o que fazer. Um dia ouvi essa frase : "Não dou valor nenhum a quem fica escrevendo poesia. É coisa de desocupados." - verdade! Ouvi mesmo! -- Beijo, querido amigo. Que 2010 seja lindo e repleto de POESIA, MUSICA, tudo de bom!!! Sunny
POESIA NÃO PODE SER PANFLETÁRIA!
Concordo c vc, Mensageiro Obscuro!isto desmotiva quem escreve!
Allan,obrigado por seu comentário, gosto de suas poesias! e tbm te agradeço Sunny, desde a gravação do COMO TE CONTEMPLO até hj!
Já escrevi e escrevo poesia num tom mais vanguardista, mas não pode haver ditadura e dizer que poesia retrô é alienação. Como diz meu professor de ingles que, aliás, vc conhece (César M. Borges), a ideia não pode ser maior que a obra. Há textos que o que importa é só uma ideia e a obra é ridícula. Fiquem com uma boa obra de teoria da construção da poesia.
Inania Verba
de Olavo Bilac
Ah! quem há de exprimir, alma impotente e escrava,
O que a boca não diz, o que a mão não escreve?
- Ardes, sangras, pregada à tua cruz, e, em breve,
Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava…
O pensamento ferve, e é um turbilhão de lava:
A forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve…
E a Palavra pesada abafa a Idéia leve,
Que, perfume e clarão, refulgia e voava.
Quem o molde achará para a expressão de tudo?
Ai! quem há de dizer as ânsias infinitas
Do sonho? e o céu que foge à mão que se levanta?
E a ira muda? e o asco mudo? e o desespero mudo?
E as palavras de fé que nunca foram ditas?
E as confissões de amor que morrem na garganta?
Que fique claro (porque, convenhamos, não ficou no meu comment anterior): não faço qualquer objeção ao arcaísmo como estilo. Admiro autores como o próprio Werneck que optam por essa forma de expressão. O que me incomoda é ver autores que se prendem a isso não como escolha consciente, mas por falta de conhecimento e/ou puro preconceito contra o uso da linguagem coloquial.
Sim, Allan, eu entendi, aliás, vcs poderão ler brevemente um texto meu sobre pluralidade literária
Olha, não vou dizer que concordo 100% com a Barcellar, mas concordo... 98%.
Não só concordo com suas ideias em si, mas pelo seguinte motivo: ela fala de como ter seu livro publicado por alguma editora. Ela não está tentando nos ensinar a como escrever poesia. Definitivamente, esse não é o foco do texto! Em nenhum momento ela desmerece a poesia dos grandes escritores, só diz que se ficarmos escrevendo poemas que "copiem" o estilos dos grandes autores temos grandes chances de sermos ignorados...
Abraço
Ela está sim querendo que publiquemos um livro, mas não um livro literário.
Sinceramente, Sr Rafael, vc e Bacellar creem que livros do concretismo, poesia marginal, poesia concisa, poema processo etc vendem mais? Poesia não vende atualmente. Culpa de uma sociedade muito utilitarista, se a sociedade mudasse...
Portanto, um contexto histórico está por terás da arte. Se as pessoas soubessem disto...
Rommel! Um texto sem valor dessa autora! Veio estas perguntas ao lê-lo:
1) Que maioria é essa que lê Poesia? Que Prefere a novidade e quem são, para ela afirmar assim? (A Poesia, para a maioria da população, sequer foi apresentada).
2) Quem disse que a temática amorosa é ultrapassada? (criemos um poema com temática amorosa e outro falando de sequestros, qual terá mais leituras?)
3) Quem disse que para utilizar a temática da Poesia Clássica é preciso rimar amor com dor? (nada contra esta rima, mas é a justificativa dela para a crítica, uma pista da desinformação da autora sobre conceitos básicos de Poesia)
4) Só existiu a temática romântica no Século XIX e tudo girou em torno do Romantismo Literário?
5)Será que ela conhece as regras clássicas de construção do Soneto Italiano ou Petrarquiano que exige rimas com palavras graves (paroxítonas) e não palavras agudas (oxítonas), com amor e dor?
6) Quem disse que escrevemos pensando na publicação, no editor, adaptando-se ao mercado? Somos desalmados?
7)É possível algum tema em Poesia que não seja recorrente? BIG BROTHER (risos) é Poético? Ela leu toda a Poesia existente para afirmar que não foi explorado um tema qualquer?
8)O que fazer com a Poesia de Dante e sua musa Beatriz? De Petrarca e sua musa Laura? E Shakespeare em seus Sonetos Ingleses, não falou, na maior parte de seus versos em Amor?, etc. (para ficarmos nos maiores) Eles não fizeram uma Poesia Universal ou fizeram? Os críticos sérios falam para esquecermos suas obras?
Infelizmente, poeta! A preguiça faz com que pessoas utilizem esta postura, a de dizer que Poesia tem que estar baseada, somente nos conceitos da Poesia Moderna... A autora esqueceu que os Mestres da Poesia moderna beberam na fonte dos Clássicos... Fernando Pessoa sonhava ser o novo Camões! Como seria possível realizar seu sonho, sem conhecer a fundo a Poesia Camoniana? Ninguém se torna grande escritor desconhecendo e abandonando os conceitos da Poesia Clássica. Realmente é um desserviço para os escritores novos quando aparecem artigos como o da Laura Bacelar!
Salve Alexandre Tambelli! Salve, Sonetista e Defensor da Poesia!
Ela não consegue responder tais perguntas, afinal , num e-mail que vcs lerão brevemente, ela me diz que não é estudiosa e que não estuda literatura. Ela nunca entrenderia meus sonetos, tanto os graves como agudos (eu gosto do agudo mas isto não importa agora kkk) justamente por pensar na questão industrial somente.
Antes de publicar o e-mail grotesco em que ela abandona as críticas ao séc XIX, mas desce a lenha na Antiguidade (!!!!!!!!), peço que vc envie um e-mail a ela com tais perguntas e divulgue meu texto com nossos comentários defendendo a pluralidade literária coisa que ela deveria propagar já que é a editora pioneira para o público GLS, mas parece que ela defende outro$ valore$.... $$$
ELa é uma péssima redatora, ofende a pluralidade etc. e pior há pessoas que nos atacam e defendem aquele texto dela como se fosse um texto sagrado!
Obrigado
Li o texto da Bacellar e não vi absolutamente nada de que eu discorde lá... Aliás, sou poeta e essa tem sido minha critica há muitos anos...
o blá blá blá poético que resiste ao tempo é q faz com a que poesia seja cada vez menos lida...
Srta. Raquel Donega,
Considera "blábláblá poético" toda a herança literária e a inspiração nela para compor hj? Quer dizer que os clássicos estão ultrapassados e que os poetas que se inspiram em Augusto dos Anjos, Olavo Bilac, Safo, Álvares de Azevedo, Gregório de Mattos etc estão equivocados?
A conservação de uma estética implica em prejudicar o surgimento ou propagação de novas? Tem certeza que a falta de sucesso que as vanguardas tiveram foi devido ao dolce stilo novo?
Se resistir às mudanças é algo grotesco para a senhorita, o que tem a dizer sobre as igrejas católicas mais recentes ou mesmo atuais que possuem forte inspiração em estilo gótico, no estilo barroco ou em qq outro clássico? E a música clássica, ela tbm deveria ir pra Inquisição? O museu do Louvre, o museu do Ipiranga, o Hermitage e tantos outros devem ser demolidos?
Até mesmo pessoas que detestam arte já ouviram falar da Catedral de Notre Dame, de Leonardo da vinci e de José de Alencar, portanto, acha que toda esta cultura sublime é cada vez menos lida assim como uma poesia retrô? Realmente, há uma desvalorização, mas isto ocorre pq o leitor de hj rende culto apenas para os best-sellers da cultura de massa. Acredita então que toda a cultura clássica é que atrapalha a produção "literária" atual, mesmo com os vanguardistas falando que as vanguardas começaram por influências de artistas até consagrados?
Explique melhor sua ideia. Obrigado pelo comentário.
Pelo visto é seu hábito deturpar o que foi dito.
Foi você quem disse que a herança literária é “blábláblá”, eu disse apenas que “o blá blá blá poético que resiste ao tempo é q faz com a que poesia seja cada vez menos lida...”. Quando me refiro ao blábláblá, falo do hábito ridículo que os poetas tem de fingir que não se importam com os leitores e continuarem escrevendo poesias que ninguém ler sem considerar que a literatura, como tudo na vida, deve progredir, mesmo que no campo individual. Devia ler a carta de Mário Quintana a um jovem poeta. Mas talvez você nem goste de Quintana.
Sou estudiosa de literatura, embora prefira a gramática e a linguística. E nunca diria que clássicos são ultrapassados, pois reconheço a força de cada coisa em seu tempo e os reconheço como formadores da nossa cultura. Não faça perguntas retóricas a um especialista em argumentação: é desnecessário e você cai numa discussão perdida. Aliás, não faça mais de uma pergunta retórica, porque parece q não tem argumentos, só perguntas.
Além disso, observando seu site já noto que não tem interesse nenhum em modificar sua retórica e sua poética, então porque ficar discutindo com argumentos de que discorda. Mantenha-se na sua poesia à moda antiga e pronto.
Como professora, os poetas que mais gosto de ensinar são justamente estes que colocou aí, e alguma coisa de Vinicius, Quintana, Chico, Ricardo Azevedo, Cecília, entre outroas...
Aliás, você tem lido poesia contemporânea para saber o que está sendo publicado de verdade?
Por incrível que pareça a poesia só atinge hoje o mercado editorial infantil. As pessoas não sabem mais produzir poesias para adultos e acabam ou caindo em poemas que ninguém lê porque são chatos ou em poemas que não servem para ninguém, só para o autor, ou nem pra ele. Eu garimpo muitos sites atrás de poesia de qualidade e confesso que acho pouca gente realmente boa (se achar q isso é pedantismo, não ligo, eu sei o que é poesia de qualidade quando a leio).
“A conservação de uma estética implica em prejudicar o surgimento ou propagação de novas? Tem certeza que a falta de sucesso que as vanguardas tiveram foi devido ao dolce stilo novo?”
Fui eu quem começou essa discussão aqui? Eu não faço ideia de em que momento da minha fala de quatro linhas incitei tal pensamento seu.
“Se resistir às mudanças é algo grotesco para a senhorita, o que tem a dizer sobre as igrejas católicas mais recentes ou mesmo atuais que possuem forte inspiração em estilo gótico, no estilo barroco ou em qq outro clássico? E a música clássica, ela tbm deveria ir pra Inquisição? O museu do Louvre, o museu do Ipiranga, o Hermitage e tantos outros devem ser demolidos?”
Você me desculpe dizer... mas você está tão certo de que está certo que nem pensa no que está defendendo. A igreja católica é a igreja que mais perde fiéis todos os anos... tendo visitas quase sempre turísticas, só a nova forma de propagação com padres artistas é que a tem mantido viva.
A música clássica é linda, mas limita-se a poucos, eu mesma a escuto apenas quando estou estudando. E de onde você tirou a questão da demolição? Eu sinceramente acho que você tem problemas com a opinião alheia...
Eu nunca disse absolutamente nada acerca disso e você vem com uma retórica tão confusa que chega me fazer rir. Desculpe a analogia, mas parece dona de casa frustrada que fica reclamando durante uma semana que uma banana estragou porque o filho não comeu, quando ela mesma poderia ter comido a banana e resolvido o problema, ou feito um doce, sei lá.
Vamos aos Best-sellers, então?
Um leitor se faz de habilidades leitoras, e essa habilidade não nasce pronta, é desenvolvida.O leitor hoje se faz de leituras diversas das antigas, basta estudar um pouco de história (pelo visto você estuda) e perceberá que as formas de divulgação da arte são muito diferentes hoje do que eram há muitos anos atrás. O leitor, que deveria ser o centro da nossa produção (saliento que segundo Antonio Candido – se não o conhece é bom conhecer – a literatura se faz no triângulo: autor, leitor e obra e só existe quando todos existem. Logo, uma poesia que não atinge o leitor não chega a ser literatura.) Adianto claro que não estou defendendo que Best-sellers sejam sempre literatura, pois a literatura é arte, mas se é essa produção escrita que faz com que meus alunos tomem posse das habilidades leitoras, quero que eles leiam e leiam tudo. Até rótulo de xampú.
Pelo visto, você colocou o comentário da autora apenas para que seu amigos lessem e defendessem suas idéias. Uma sugestão minha enquanto leitora e escritora é que leia apenas o que está escrito e tenha certeza de que suas ideias sobre o texto não o desvirtuaram. Juro que não entendi todas essas perguntas que fez durante sua defesa, mas eu não vi nada de errado no fato de uma editora dizer o que pensa. Assim como você o fez e faz defendendo a poesia retrô.
Não deturpe, por favor, minhas ideias, leia-as e as releia antes de responder. E evite a argumentação voltada apenas para questionamentos, porque muitas respostas poderão ser diversas da que espera do seu leitor. É preciso ter certeza do que será respondido para usar tal mecanismo. Bem, é isso.
Espero que tenha me entendido melhor minha ideia.
Raquel Donegá
Olá, não vou me estender, mas acontece que a partir do momento que vc não elaboera sua crítica numa linguagem formal, vc pode ser ridicularizada pelas suas próprias palavras.
Arquitetura sacra e religião são coisas diferentes e é ridículo que uma "professora" misture as coisas.
O uso do "blábláblá" atinge sim os clássicos, visto que a senhorita não considera válidas as manifestações de resgate cultural, o que ofende a pluralidade.
Poeta,
A internet não é um lugar democrático?
Se você estudar os gêneros linguísticos verá que os blogs são por natureza informais, se não conhece, leia Bakhtin, ele fala sobre isso. Adequação linguística.
Além disso, se ridicularizar as palavras das pessoas é seu objetivo com esse blog, por que não se aproveita da nossa política e ridiculariza coisas realmente importantes.
É ridículo que uma pessoa como você, que se diz tão culto, não consiga responder aos meus argumentos e parta para a acusação e ofensas baratas, inclusive insinuando por meio das aspas que não sou professora, ou não deveria ser.
Eu nunca disse q não considero válidas as manifestações de resgate cultural, só não compreendo como uma pessoa que garante defender a pluralidade fica preso ao passado.
Talvez você tenha se perdido no meio do caminho e nem saiba mais o que está defendendo, e de quem.
Aliás, achei ridículo vc dizer lá em cima em outro comentário que a sociedade é que deve mudar para ler a poesia. Você devia ler um pouco mais de teoria literária ou/e de sociologia, quem sabe assim entende que a arte é uma forma de expressão da sociedade, assim como pode ser uma forma de resgate.
Tá querendo fundar um neoneoclassicismo?
Boa sorte.
" A autora nega a influência dos clássicos hj, isto é péssinmo e ainda foge do tema falando de relgião"
Eu me enganei quanto a Bacellar, reli com calma seu texto, não posso dizer que concordo com tudo que ela diz, mas entendo que ela não quis meter o malho na poesia atual, mas sim em como tantos artistas fracos tentam ser publicados sem nem ter talento para isso. Existem escritores péssimos por aí, sejam eles famosos ou pouco conhecidos, para as editoras que realmente são um mercado é inteligente apostar em quem é vendável, é triste dizer isso mas é verdade. Eu apóio editoras e artistas independentes que investem em novos talentos, mas é preciso mesmo peneirar os bons dos maus artistas antes de publicar um livro. Realmente um autor não é bom só por publicar suas obras, o sucesso comercial não é sinônimo de qualidade, mas o público tem suas exigências e seus gostos, por isso buscam determinados assuntos e tendências.
Concordo com a Raquel Donegá em tudo que ela disse, realmente é assim que funciona o mundo das artes literárias. Existe a contemporaneidade, a relação entre autor, leitores e obras, estilo literário, estilo gramatical e outros componentes que definem a literatura. Ninguém aqui quer mesmo combater a pluralidade cultural, apenas o desejo de todos aqui é que exista um compromisso com a qualidade do que é escrito.
Gosto do resgate literário retrô, mas não o considero uma coisa tão importante pois tantos outros autores famosos e pouco conhecidos ainda estão por aí para ser lidos, algumas obras estão totalmente ocultas por aí esperando séculos ou décadas para ser publicados dando fama póstuma a diversos autores de outras épocas. Concordo com o que a Bacellar disse ao tentar criar seu estilo e investir nele, mas em tempos atuais é bem difícil criar algo inédito sem referenciais, tanto que textos com referenciais são bastante interessantes e ampliam capacidades interpretativas e culturais dos leitores e autores.
Você leu um texto, feito por uma editora de livros, sobre como ter sua poesia publicada, e acha que ela ataca o meu/o seu/ o nosso estilo de escrever.
Significa que você leu tudo aquilo e assumiu como uma crítica pessoal, além de comprovadamente não entender o que ela escreveu e sair criticando publicamente. Isso é pensar muito pequeno, e se não foi isso o que aconteceu, sua fúria levou a crer! Você já teve algum texto recusado por uma(s) editora(s), ou conhece alguém próximo que passou por essa experiência? Talvez resida aí seu ranço sobre o texto da Sra. Bacellar, não tem nada a ver nem com a proposta dela nem do site dela...
E veja só... abra os olhos. Sua leitura, por algum motivo, foi enviesada, e literalmente "viajou" no texto daquele site. Os editores que acompanham ou colaboram com a Laura (como eu) certamente concordam com ela e recusam obras de pessoas com uma postura como a sua, que têm uma visão sonhadora sobre textos e poesias e não entendem quando alguém tenta lhe mostrar um pouquinho de como as coisas são.
Se não tem, transparece isso, o que é pior.
Escreva como quiser, adote o estilo que preferir, mas se quiser que seus escritos sejam publicados e conhecidos, entenda como isso funciona, não pense que as coisas são de outra forma.
Não se iluda.
Atenciosamente.
Srta Alessandra, as críticas que teci são em resposta aos questionamentos preconceituosos de Laura Bacellar e fiz isto sem ofender ninguém.
Eu publicarei em brever meu livro por uma excelente editora pretadora de serviços. Leia bem o que Bacellar escreve, ela chega até mesmo a criticar destrutivamente estas editoras. Ah e detalhe, também há uma editora comercial que está interessada em meus trabalhos e não apenas como escritor de poesia retrô, mas também por eu abordar a poesia sacra tão abandonada hoje, além do mais também sou produtor literário.
A questão de pegar ou não para publicar nunca foi abordada em meu texto, mesmo pq Bacellar não teve objetivo de escrever sobre isto.
O poeta que compõe, constrói, pensando no que dizer e como dizer, é massacrado pelas palavras. Eu faço poesia, e não politisia. - Léo Toledo (autor de Despertar Poético).
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