"O amor, poeta, é como a cana azeda,
A toda a boca que o não prova engana.”
Augusto dos Anjos
A toda a boca que o não prova engana.”
Augusto dos Anjos
Herege
O Amor no mundo passa muito arguto;
Junto às almas clamando pela Crença,
Mas em mim só encontra indiferença,
Pois deste credo nada mais escuto.
Seu discurso prosélito, poluto,
Aos peitos contamina como doença;
E não há no seu verbo uma sentença;
Que das vãs ilusões não seja fruto.
Ah! dizes que me engano sobre o Amor...
Que dele emana o Riso e não a Cruz,
Mas sei a vastidão do precipício,
Pois fui já seu mais probo seguidor;
E, cego pela Fé, um dia eu pus;
Meu coração no altar do Sacrifício!
Junto às almas clamando pela Crença,
Mas em mim só encontra indiferença,
Pois deste credo nada mais escuto.
Seu discurso prosélito, poluto,
Aos peitos contamina como doença;
E não há no seu verbo uma sentença;
Que das vãs ilusões não seja fruto.
Ah! dizes que me engano sobre o Amor...
Que dele emana o Riso e não a Cruz,
Mas sei a vastidão do precipício,
Pois fui já seu mais probo seguidor;
E, cego pela Fé, um dia eu pus;
Meu coração no altar do Sacrifício!
Ivan Eugênio da Cunha
Nenhum comentário:
Postar um comentário