Pois que me escarre a boca que beijei!
Já não me importa mais a ingratidão,
Já não me importa mais a ingratidão,
Se amar, sofrer, chorar tem sido em vão,
E se de mim eu mesma já não sei!
Pois que me atire a pedra a mesma mão
Que um dia, com ternura, tanto amei...
Se mil carícias dela desejei
Hoje não creio mais no amor, paixão!
Já nada mais me atinge ou desespera!
À tua ingratidão não dou guarida,
Nem causam dentro em mim qualquer ferida!
Não pode, não, sofrer quem nada espera!
Quem já não sonha! Quem não tem quimera!
Quem já não crê no amor! Na própria vida!
3 comentários:
achei muito belo o soneto, e queria vir pra te agradecer a visita no terza rima, o blog que divido com o fernandes. gostei muito deste recanto, obscuro, poético, inteligente...
não pude deixar de reparar a nota do rodapé na qual vc fala sobre o fato de não lutarmos contra a modernidade. bom, eu não sou boa em contar as sílabas de um verso, mas tenho intensa admiração pelos escritores que usam das caracterítcas que vc disse lá embaixo: métrica, arcaismos, uma linguagem mais sinestésica, conceptista, culta e rebuscada. apesar de tantos recursos que muitos erroneamente podem julgar obsoletos, é maravilhosp como se construia naquela época uma poesia atemporal.
a proposta desse blog me atraiu muito e sempre que eu puder passarei aqui para ler seus escritos.
http://terza-rima.blogspot.com/
ah, o msn para contato é
misskidha@hotmail.com
O terza rima é muito bom. Recomendo...Infelizmente, muita gente interpreta nosso grupo de modo negativo.
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