A noite nos olhou com olhos baços.
Que frio! Teu olhar, calmo e sereno,
Era um lascivo e lúbrico veneno
Onde pousavam meus doces regaços...
Nos réfluos desejos de teus braços,
Os cânticos da aurora em fulgor pleno...
Levantaste e sorriste, e num aceno
Apagaste-me inteiro em teus abraços!
Os sons eufonos que no breve escuro
Dissestes com tua boca, grã tingida,
São ainda lustrosos de apuro!
Nunca me esquecerei daquele açoite:
Antes do Sol claro da despedida,
Com olhos baços nos olhava a noite...
Um comentário:
Quanta beleza! Magistral!
Postar um comentário