
A tarde revestida em doces ventos
Soprados pelo oeste dos pesares
Já trouxe pra minha alma os sedimentos
Da angústia transformada em sete mares;
A langue solitude que se instaura
Nas portas do meu ser desintegrante
Desenha o desalento da minha aura
Em folhas sepulcrais de meu semblante;
Penumbram rubros sóis em minha veia
Num arco eclipsante de lembranças
E um ventre de luar que serpenteia
Estrelas funerais em suas danças;
No éter que fermenta a minha essência
E forma a astronomia do meu sono
O corpo já se imerge à decadência
Do ser em mil camadas de carbono.
Carlos André, 9/5/08
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