Descobri, escondido em mim,
um intenso deserto.
Pois quando se esvai a
certeza que trago no peito,
A solidão, tão gélida, é
tristeza que arde como fogo!
Dias incertos… noites sem
rumo… latente perigo!
Avança a terra árida e seca
a soterrar,
Veloz, implacável, o doce e
misterioso lago,
Profundo, calmo, antes capaz
de ocultar
As feridas mudas que há muito
carrego.
Resisto, agora, à sina deste
sol inclemente.
Largo fardo que, sem você
por perto, emergiu.
Decerto, a fluidez se
condensou; e a saudade,
Dura como concreto, então
logo se precipitou.
Nem sequer sabia do tamanho
desse vazio.
Nem mesmo suspeitava desse
silêncio arredio.
Daquele oásis fictício,
restou certo orgulho ferido!
Seria, da escassez interior,
um encoberto resquício?
Grato, confesso: não
descobri - fui revelado!
Sim. A solidez tem andado
comigo lado a lado.
O espelho d'alma era mera
miragem, não nego!
Antes, te peço: além das
águas, lapida meu ego!
LUXOR KRON
Mais um poema de nossa III E-Antologia de Poesia Retrô
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