ao Apolo, que me contou esta história
CERTA TARDE em que Apolo conduzia
no firmamento a sua carruagem,
num lago cristalino viu à margem
um belo moço que desconhecia.
Na água especular que refletia
a juventude máscula e selvagem
deitou-se Apolo em sua homenagem
na sagração da sua idolatria.
A rósea cor matiza em rebeldia
da limpidez azul do lago a imagem,
mas o moço se espanta da passagem
da luz sanguínea que no céu se erguia.
Quem se exila de um sonho tão divino,
na solidão de Hefesto tem destino!
GABRIEL RÜBINGER
pintura: Odilon Redon, "A Carruagem de Apolo" (c. 1909).
Um comentário:
Eis um soneto divinamente belo!
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