Do prisco campanário, o brônzeo sino
Replica novamente o seu lamento,
Trazendo um réquiem ínclito e mofino,
Ecoando neste ocaso, ao firmamento.
Ao longe se condensa um véu cetrino,
E o Sol em lancinante ferimento,
Lembra um enfermo ao seu final destino,
Ungido no óleo do arrebol sangrento.
E num rumor de bronzes, os badalos
Chocam-se em melancólicos embalos,
Como se em prece, numa intercessão,
Fossem as vozes do último momento,
Do Sol, a receber o sacramento,
Da misericordiosa Extrema-Unção.
Derek Castro
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