Coveiro
Num dia, contemplando o Sol morrente,
Pus-me a enterrar meu cândido passado;
Que tanto tinha já dilacerado,
Com mil lembranças ledas, minha mente.
Cavei profunda cova e, tão dolente,
Pus cada alegre dia já passado;
Julgando sepultar, junto, meu fado;
De ter, dentro do peito, dor demente.
Cada sonho, esperança e alegria;
Enterrei nesta cova de amargura;
No fundo de minh'alma turva e fria.
Mas ora, contemplando a campa escura,
Percebo que morri naquele dia;
E cavei minha própria sepultura!
Pus-me a enterrar meu cândido passado;
Que tanto tinha já dilacerado,
Com mil lembranças ledas, minha mente.
Cavei profunda cova e, tão dolente,
Pus cada alegre dia já passado;
Julgando sepultar, junto, meu fado;
De ter, dentro do peito, dor demente.
Cada sonho, esperança e alegria;
Enterrei nesta cova de amargura;
No fundo de minh'alma turva e fria.
Mas ora, contemplando a campa escura,
Percebo que morri naquele dia;
E cavei minha própria sepultura!
Ivan Eugênio da Cunha
Nenhum comentário:
Postar um comentário