Mas eis que o anjo pálido da morte
A pressentiu feliz e bela e pura...
Machado de Assis
Era uma noite, adrede, muito linda,
P'la deusa lânguida do amor forjada.
Eu m'encontrara, então, com minha amada,
Era assaz bela, e estava mais ainda...
Tácitos numa frialdade infinda,
Toda a nossa acre soturnez fanada,
E só pensávamos em nós, mais nada,
De modo algum seria a dor bem-vinda...
Porém, o deus da morte, bem me lembro,
Naquela fria noite dum setembro,
Sentindo inveja, meu amor 'doeceu.
Alguns dias após, ela, febrente,
Triste a sorrir, se despediu, silente,
Beijou-me os lábios, e depois morreu.
Renan Caíque
Um comentário:
Parabéns, Tempest. Preciso por sua biografia no blog...
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