Os fios dos dias meus eu mesma cardo e
urdo,
E teço o meu viver com muitos pontos,
laços,
Bordando sem cessar todos os seus espaços,
Ainda que p’ra alguns tecer seja um
absurdo.
Eu não me importo não, se escuto eu não me
aturdo,
eu sigo o meu viver, tecendo os próprios
passos,
E se preciso for desmancho, sim, refaço,
Neste fazer sem fim de meu destino surdo.
E faço sem cessar a minha tessitura,
teço co’a luz do sol, no breu da noite
escura,
Sem nunca descansar ou demonstrar cansaço.
Coloco em meu tecer mil sedas de ternura,
Buscando conseguir a mais bela textura,
Mas se preciso for, teço com fios de aço!
2 comentários:
Bela é a inversão em Penélope , onde um símbolo normalmente de submissão e espera é transformado em um símbolo de superação e força , o final , a entrada do aço , também é notável , ressaltando a contraposição. Dialoga de modo interessante com o clássico , tudo isto somando-se a temática da estética , em um parelelo constante.
Foi esta, exatamente, a intenção! Inversão de sentidos
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