Inferno
Já meus dias são cheios de tristura;
E, n'atroz negridão, pesada e fria,
Minha mente se turva em nostalgia;
E meu peito flameja em amargura.
Esta dor que devora em chama escura;
Mor se faz na lembrança de que um dia;
Tive, n'alma, esperanças em que cria;
E delas ora sou a sepultura.
O que tem coração despedaçado;
Juntar cada pedaço tem por fado,
Num deserto de treva, andando só.
Mas que fado terei do mal me feito;
Se, no inferno funesto de meu peito,
Ardeu meu coração até ser pó?
Ivan Eugênio da Cunha
Já meus dias são cheios de tristura;
E, n'atroz negridão, pesada e fria,
Minha mente se turva em nostalgia;
E meu peito flameja em amargura.
Esta dor que devora em chama escura;
Mor se faz na lembrança de que um dia;
Tive, n'alma, esperanças em que cria;
E delas ora sou a sepultura.
O que tem coração despedaçado;
Juntar cada pedaço tem por fado,
Num deserto de treva, andando só.
Mas que fado terei do mal me feito;
Se, no inferno funesto de meu peito,
Ardeu meu coração até ser pó?
Ivan Eugênio da Cunha
Nenhum comentário:
Postar um comentário