
Às vezes lembro d’outros tempos idos,
Arroubos de paixão, da juventude,
Da ânsia de viver tudo amiúde,
Dos meus ciúmes tolos, descabidos.
Das tantas vezes que também fui rude,
Por conta de caprichos desmedidos,
Dos tempos que se foram em vão, perdidos,
Sem cultivar em mim qualquer virtude.
Sinto saudades! Mas nem tanto assim.
Pois hoje gosto muito mais de mim,
Sem mil arroubos, sem voracidade.
Se hoje meus cabelos estão brancos,
A vida não se passa mais aos trancos,
Tenho mais luz, mais paz, serenidade.
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