Nas noites peroladas, uma Lua
ao subir no horizonte, branca e nua,
ao subir no horizonte, branca e nua,
deitava do seu manto a claridade.
As belas moças virgens procurava
nas matas, o fulgor que branquejava
tornava a carne em luz de castidade.
Fosforescência nívea das estrelas
via brilhar. Jaci, querendo tê-las
nas telas tão diversas do infinito,
roubou-as. Uma virgem, tendo ouvido
a história, com o peito comovido,
fugiu, atrás do brilho irrestrito.
Uma névoa de sonho banha a tribo,
nem lhe sentem a falta; e sem estribo
vaga pelas colinas e montanhas.
Tentava em vão alçar até Jaci,
como se a luz perfeita do rubi
chamasse a descobrir novas façanhas.
E o soluço dos dias assim seguiam,
como se os olhos dela não a viam
e a madrugada, o pranto despejasse
num rio caudaloso, em meio as águas
que do sonho cerziu e se fez mágoas,
e no coração puro um duro impasse.
Certa noite a lagoa era um espelho
de prata a refletir Marte vermelho.
Qual pérola, Jaci, toda de branco
olhava com ternura maternal
sobre a lagoa. Ela, ao lavar o sal
Das lágrimas, achou-lhe o doce flanco.
Na imagem afogou seu sofrimento
e para sempre foi. Nesse momento,
apiedou Jaci, por tanto amor
que teve em seu anelo. Mas não quis
torná-la estrela para a noite gris,
quis lhe fazer a mais sublime flor.
E na floresta crespa de saudade
chorou-se sua perda em mocidade
ignorando a sorte que viria:
desenhada das mãos cheias da Lua
nas águas safirínicas flutua
e um aguapé alvíssimo nascia.
e um aguapé alvíssimo nascia.
Gabriel Rübinger e Vitor de Silva
Foto: Thiago Pinto Nogueira
Um comentário:
Quanta beleza!
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