DESSE RIO DE ILUSÕES
NO OCEANO DO MEU SER
ME PONHO A NAVEGAR
NESSA CARAVELA DE ESPERANÇA
QUE É O MEU SONHAR.
EM MEIO AO REVOLTO MAR
DE CAOS E TRISTEZA
QUE MINHA VIDA DESTINO
VEIO A SE TORNAR,
VEJO DESFRALDADA
EM VELA
MEUS SONHOS,
MEUS MEDOS,
MEUS TORPES DESEJOS
A SOFREREM MALEDICÊNTES
AS TORMENTAS DA SAUDADE.
AO FUNERIO CÁRCERE
DE MINHA INSENSATEZ,
ME PONHO A LER
O DIÁRIO DE BORDO
DESTA MINHA ENEVOADA
EM TREVA EXISTÊNCIA,
SINTO A DOR DILACERAL
DAS ADAGAS DO TEMPO,
A ESFACELAREM MINHA ALMA,
SINTO AO MEU CORAÇÃO ENEGRECIDO
AO DESALINHO OUTRORAL
QUE ME FORA IMPOSTO,
POR HARPIAS, CORVOS E CHACAIS
QUE VAMPIRIZARAM-ME
DURANTE TODO ESTE
MEU HUMANO EXISTIR.
ME VEJO HOJE AINDA JOVEM
MARCADO AOS TEMPORAIS
REVOLTO INOQUO EM TREVAS
ESFACELADO AO GRILHÃO
DAS RUÍNAS DE MEU EXISTIR,
EM MEIO AO TURBILHÃO
DESTA TSUNAMI DE QUIMERAS
QUE EM MINHA VIDA ADORNEI,
O QUE LEVOU-ME A PERDER
O LEME DO MEU FUTURO,
HOJE VEJO MEU PRESENTE
COMO UMA BÚSSOLA
SEM AMPULHETA
ONDE JÁ NÃO MAIS ENCONTRO
AO NORTE DE MEU EXISTIR.
NAUFRAGO DE ESPERANÇA
NESTA DOR DE MINHA
VIDA NÃO VIVIDA,
ACABEI POR TORNAR-ME
UM FANTASMA, UM FANTOCHE,
UMA MARMÓREA ESTÁTUA DO PASSADO,
UMA CHAGA SANGRENTA DO SENHOR.
SOZINHO NESTE MUNDO DE HORRORES
A ESPERA DA LUZ EM MINHAS TREVAS,
DE UM DIA TERRA FIRME ENCONTRAR,
DE UM POUCO DE CARINHO
SEM VOLÚPIA E SEM MALDADE.
FELIX RIBAS
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