Finada em Vida
Ontem, havia amor, deleite, sedução
Em ósculos e amplexos magistrais
Maviosa voz cantilenava aleivosias
Meu ser romanesco fido, em ti, cria
Querubim noturno que voejou...
Imersa em sangüíneas sombras,
Aparto níveas asas. Maculam-se!
Muito resta de tuas garras em mim.
No apocalipse, em que me sobrevenho,
Anoiteço ante a fúria dos cavaleiros!
Meu tempo findado. Sou sombra sem luz!
Vislumbro siluetas indecifráveis
Flagelos em degredo eternal...
Insignificância, eu sou!Abantesma!
Sanguínea!Há escarlate nas mãos,
Angústia no cerne... Indícios de repúdio!
Hoje... Gosto nebuloso, trevas em atração
Tímpanos atentos a entristecidos sons
Carregam graça na fúnebre aparência...
Sombria, na nuviosa paisagem enaltecida
Solitude do meu imo compungido...
Corvos, prefeita companhia entristecida!
Denise Severgnini
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