segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Sextina de Rommel Werneck na III E-Antologia de Poesia Retrô

 
    


EU QUERO REPETIR

 

 

O quarto nas camadas de lilás,

A cama em colorido coração

E o teu perfume azul de sonho e festa

Ainda queimam como no passado

Porque as glórias daquele nosso tempo

Na intensidade quero repetir

 

 

Eu quero repetir, sim, repetir

Os beijos, a lascívia bem lilás,

Voltar se alguém deixar àquele tempo

E devorar de novo o coração

Converter o futuro em meu passado,

De noites e noitadas, nossa festa...

 

Quem brilharia qual duque na festa

E isto não amaria repetir?

Quem viveria fúlgido passado

E ocultaria tudo ao véu lilás?

Por que tenho tal corte ao coração

Mesmo tendo morrido o velho tempo?

 

 

Perdido nas florestas más do tempo,

Tento esquecer aquela grande festa,

Mas insiste o sensível coração

Os abraços e afagos repetir

No doce pesadelo tão lilás,

No amargo devaneio do passado!

 

 

Tu disseste que tudo foi passado,

Que guardo sentimento errado ao tempo,

Que confundo o sorriso, o céu lilás,

Somos amigos? Como, se na festa,

Nas horas que desejo repetir,

Pulsava o teu carnoso coração?

 

 

Eu quero destruir o coração

E as ocorrências deste meu passado,

Eu quero retornar e repetir

Cada beijo pesado sob o tempo

E num belo revólver lá na festa

Tingir de rubro o quarto tão lilás!

 

 

CODA

O quarto bem lilás ao coração

Naquela nossa festa do passado,

Intenso tempo quero repetir...

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REVIVALISMO LITERÁRIO


Poesia Retrô é um grupo de revivalismo literário fundado por Rommel Werneck e Gabriel Rübinger em março de 2009. São seus principais objetivos:

* Promoção de Revivalismo;

* O debate sadio sobre os tipos de versos: livres, polimétricos e isométricos, incluindo a propagação destes últimos;

* O estudo de clássicos e de autores da História, Teoria, Crítica e Criação Literária;

* Influenciar escritores e contribuir com material de apoio com informações sobre os assuntos citados acima;

* Catalogar, conhecer, escrever e difundir as várias formas fixas clássicas (soneto, ghazal, rondel, triolé etc) e contemporâneas (indriso, retranca, plêiade, etc.).