ERA UM GAROTO QUE COMO EU
AMAVA OS BEATLES
E OS ROLLING STONES
Já fui jovem
como foram meus dias do
ontem
Era magro
cabeludo com cabelos
encaracolados
e me vestia com calças e
camisas
que ficaram no século
passado
Pregava paz e amor com os
dedos
escutava Janis Joplin
que tinha morrido de
overdose
no começo da minha mocidade
E nunca fui muito de gostar
de Roberto Carlos
Li dez vezes ou mais
Fernão Capelo Gaivota
e como ele sonhava com o voo
da liberdade
Conheci Martin Scorsese
com o filme Taxi Driver
e só pude assistir Laranja
Mecânica
dez anos depois da puberdade
Meu futuro era longo
meu passado era perto
e quando mal olhei pro
relógio
já tinha acabado minha
modernidade
Daqueles anos embriagados
de erros múltiplos e coração
apaixonado
não guardo nenhum retrato
exceto aqueles de tamanho
3x4
Se um dia a juventude voltar
manterei tudo como na
memória está
Joaquim
Cesário de Mello
Recife
(PE)
Joaquim Cesário de Mello
Psicólogo, psicoterapeuta e professor universitário.
Em meados dos anos 1980 participou do Movimento de Escritores Independentes e
foi colunista da Vida Crônica (1998 – 2002) do encarte JC Cultural do Jornal do
Commercio (PE). Escritor e poeta, participou de várias antologias literárias,
entre elas Nouveaux Brésils Fin de Sciècle (2000), Poesia Viva do Recife (CEPE,
1996) e Cronistas de Pernambuco (Carpe Diem, 2010), Poesia na Escola (Palavra e
Arte, SP, 2021). Autor dos livros Dialética Terapeuta (Litoral/PE, 2003), A
Alma Humana (Labrador/SP, 2018), A Psicologia nos Ditados Populares
(Labrador/SP, 2020), A Vida Como Um Espanto (Labrador/SP. 2021) e No Cemitério
das Nuvens (Folheando/2022)
Residente e Domiciliado em Recife (PE)
Links literários: www.literalmente-literalmente.blogspot.com
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