As fagulhas de fogo no ar crispavam,
Do fumo do velho vendedor de tabaco.
Os seus dedos eram amarelados e concisos,
Mercador de vícios dos fortes e fracos.
Havia fumo nas prateleiras em rolos torrados,
Fumo perfumado para os audazes cachimbos.
Dos dedos dele subia uma cortina de fumaça,
A loja era de longe um antigo limbo.
No balcão também havia alguns charutos,
Para os senhores de sentimentos mais brutos,
E para as senhoras as compridas cigarrilhas.
Pequenas caixas de fósforos também a venda.
O ar pousava nos assentos com melancolia,
Nas portas abertas e arfantes da tabacaria.
ALVES ROSA
Um comentário:
Gostei da rima limbos/ cachimbos, mas estaria melhor o poema se estivesse em versos regulares, porque é soneto.
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