Um sol abandonado em longa altura
Prossegue o seu cadente movimento
Além de arranha-céus e do cimento
Que são nossa celeste arquitetura;
Ao longo dessas ruas tão escuras
Cobertas de sujeira e desalento,
Só resta a languidez do movimento
De brisas no metal das estruturas.
O mar acinzentado das paisagens
Formado por pessoas e engrenagens
Fluindo em sua urbana arritmia,
É o rosto desta vida tão estéril
Que leva todo ser pro cemitério
Das rodas funcionais do dia-a-dia.
3 comentários:
O Gabriel tem razão. Você, CA, é grande.
Tu e o meu amado Augusto dos Anjos!
Muito bom teu poema!Retrata as agruras do cotidiano de muitos.Muito bem conseguido![ ]D.
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