ARQUITETURA
Antigamente,
Imponentes pilares e colunas sustentavam
as casas dos deuses,
a república,
o césar,
o império imponente e pagão.
Medievalmente,
miraculosos vitrais,
gárgulas,
rosáceas,
torres,
arcos ogivais
sustentavam a cruz onipotente.
Atualmente,
vidros espelhados,
altas torres,
elevadores mantêm
onipresentes, oniscientes e onipotentes
os arranha-céus mitológicos e góticos
e a cúpula da nação.
Rommel Werneck
No poema acima, cada estrofe recorda a relação entre a arquitetura e o poder. A primeira estrofe focaliza a Antiguidade e a segunda nos revela a Idade Média, tudo isto de acordo com a relação arquitetônica. Mas na última estrofe temos algo mais surpreendente, três estilos se encontram e entende-se que os arranha-céus conseguem ser modernos sem perder o poder, é o mesmo poder de sempre, confirmado pela expressão "mitológicos e góticos".Também utilizei as três virtudes divinas (onipresença, onisciência e onipotência) para mostrar como os edifícios empresariais são vistos como templos, divindades e ainda como controladores do poder ideológico. O poema termina com a expressão "cúpula da nação", aqui cúpula não está no sentido de abóboda como aquela clásisica da Basílica de S. Pedro e sim uma metáfora de topo, elevação. As grandes empresas mantêm o progresso.
Um comentário:
Excelente a transição mantendo o mesmo tema, perfeito.
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